Carlos Ubiratan Garms é Diretor Acionista da Cocal e novo Conselheiro da ABiogás. Confira abaixo a sua entrevista em que fala sobre a criação de incentivos como ação prioritária para o desenvolvimento do setor de biogás, entre outros assuntos.
1- Como você vê o setor de biogás nos próximos anos?
Vislumbramos o crescimento do setor, principalmente para fontes renováveis. Como a Cocal já utiliza seus resíduos em sua produção de cana-de-açúcar, com o projeto de biogás a intenção é tornar essa destinação ainda mais nobre, com o uso da vinhaça, da torta de filtro e da palha da cana.
2- Qual ação você destacaria como prioritária para o desenvolvimento do setor?
A criação de incentivos para a produção de combustível limpo, atrelado a IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) sendo a moeda nacional e a sua característica como combustível verde, em um sistema isolado, deve ser uma ação prioritária para o desenvolvimento do setor de biogás/biometano, pois são esses pontos que garantirão o reconhecimento desse subproduto com um atributo de qualidade e de valor agregado.
3- Como a ABiogás pode atuar para alavancar o mercado?
Institucionalmente, será necessário que a ABiogás fomente o desenvolvimento de novos projetos de expansão no setor , a fim de que se tornem sustentáveis. Essa é uma maneira de promover a valorização das qualidades desse gás renovável. O foco para obter incentivos, fiscais e de investimento, é muito importante para a consolidação do setor nesta primeira fase. Além de realização de eventos para disseminação de informação e aumento de oferta de equipamentos, tratores, caminhões e colhedoras a gás.
Sobre a Cocal
A Cocal é uma empresa 100% nacional, produtora de cana-de-açúcar, açúcar, etanol e energia elétrica, com atuação há quatro décadas no setor sucroenergético. Suas plantas industriais estão localizadas nos municípios de Paraguaçu Paulista e Narandiba, no interior do Estado de São Paulo.
Atualmente, ingressou no mercado de biogás com um projeto inovador, integrando o Programa Cidades Sustentáveis. A produção será a partir da planta da unidade de Narandiba, que tem capacidade de moagem de cerca de 5,2 milhões de toneladas de cana por ano e será capaz de produzir 33 milhões m³ de biogás, 33 mil MVh/ano de energia elétrica e 8,9 milhões m³ de biometano. A distribuição tem previsão de ser realizada em parceria com a GasBrasiliano e atenderá indústrias, comércios, empresas e veículos na região de Presidente Prudente.