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O atributo ambiental de uma fonte de energia renovável refere-se às características ou benefícios ambientais associados à produção e uso dessa energia, como a redução de emissões de gases de efeito estufa, a preservação de recursos naturais e a contribuição para a sustentabilidade, ao contrário dos combustíveis fósseis, responsáveis por altos níveis de emissões. Esses atributos são frequentemente certificados por meio de sistemas de garantia de origem ou outras metodologias de verificação, proporcionando maior transparência e confiança nos benefícios ambientais da energia renovável.
Atributos de energia elétrica a partir do biogás referem-se às características específicas da eletricidade gerada a partir da conversão do biogás em energia mecânica e, posteriormente, em energia elétrica. Essas características tornam a energia gerada a partir do biogás uma opção atrativa e com vantagens particulares em diversos cenários. Dentre elas cabe destacar:
- Renovabilidade: Faz a captura do metano e emite ao final CO2, de forma a obter um saldo benéfico para o meio ambiente.
- Flexibilidade e Despachabilidade: O Operador Nacional do Sistema (ONS) pode despachar a usina em horários de pico ou em outros momentos de maior necessidade do sistema.
- Geração Distribuída: Próxima à carga, colabora para a redução das perdas e congestionamento de redes.
- Energético armazenável: Torna a produção não sujeita à estocacidade.
- Capacidade de modulação: Permite a resposta aos sinais de preço e propicia o atendimento das necessidades do sistema.
- Serviços Ancilares: Estabilidade de rede e postergação de investimentos em localidades fins de linha.Estabilidade de rede e postergação de
A avaliação de ciclo de vida (ACV) é um processo de avaliação dos efeitos que um produto tem sobre o meio ambiente ao longo de todo o período de sua vida, aumentando a eficiência no uso de recursos e reduzindo responsabilidades. Ela pode ser utilizada para estudar o impacto ambiental de um produto ou da função que o produto foi projetado para desempenhar.
A ACV é comumente chamada de análise “do berço ao túmulo”. O processo envolve identificar e quantificar as cargas ambientais, como a energia e as matérias-primas consumidas, as emissões e os resíduos gerados, avaliar os potenciais impactos ambientais dessas cargas e, por fim, analisar as opções disponíveis para reduzir esses impactos.
Biocombustíveis são combustíveis derivados de biomassa renovável, capazes de substituir, parcial ou totalmente, combustíveis fósseis como petróleo e gás natural, sendo utilizados em motores a combustão ou outras formas de geração de energia. No Brasil, destacam-se como biocombustíveis líquidos: o etanol, obtido principalmente da cana-de-açúcar, e o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais ou gorduras animais, que é adicionado ao diesel de petróleo em proporções variáveis. Além disso, inclui-se também o biometano, gerado por decomposição anaeróbica de matéria orgânica e equivalente energeticamente ao gás natural de origem fóssil.
Biodigestores são equipamentos utilizados para a decomposição de substratos orgânicos, como resíduos agrícolas, dejetos animais e matéria orgânica de resíduos sólidos urbanos, em um ambiente livre de oxigênio. Esse processo anaeróbico resulta na produção de biogás, um biocombustível composto principalmente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2). O biogás gerado pode ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica ou como combustível veicular, promovendo a transformação de resíduos em uma fonte valiosa de energia limpa.
Biofertilizante é um tipo de adubo orgânico produzido a partir da decomposição de matéria orgânica, como restos de alimentos, esterco animal e resíduos vegetais. Essa decomposição é realizada por microrganismos benéficos, que transformam a matéria orgânica em nutrientes essenciais para o crescimento das plantas. Esse produto, ao ser aplicado nas plantas, sementes, raízes, solo ou substrato de cultivo, tem a função de estimular o crescimento vegetal e contribuir para a melhoria das características físicas, químicas ou biológicas do solo.
A produção de biogás gera o biofertilizante como subproduto, de grande valor para a agricultura. Além disso, o biometano também pode ser utilizado no processo de produção de biofertilizantes. Com o potencial técnico brasileiro de hidrogênio a partir do biogás, é possível produzir mais de 30 vezes a demanda de ureia agrícola do Brasil.
Biogás é uma fonte de energia limpa e renovável produzida a partir da decomposição de matéria orgânica, como restos de alimentos, esterco de animais, plantas e até mesmo esgoto, em um ambiente sem oxigênio (anaeróbico). Essa decomposição é realizada por bactérias que transformam a matéria orgânica em uma mistura de gases. Além do metano, o biogás também contém outros gases como dióxido de carbono, nitrogênio e, em menor quantidade, hidrogênio e sulfeto de hidrogênio.
É um biocombustível produzido a partir do tratamento e purificação do biogás, com elevado teor de metano, obtido por meio da digestão anaeróbia de materiais orgânicos como resíduos agropecuários, urbanos, industriais e efluentes.
Essa purificação consiste na remoção do dióxido de carbono e de outros compostos presentes no biogás bruto, como sulfeto de hidrogênio e siloxanos. O biometano, por sua alta pureza e composição, reúne características que o tornam intercambiável ao gás natural, em todas as suas aplicações. Ou então passível de ser transportado na forma de gás comprimido por meio de caminhão-feixe (gasoduto virtual) ou na forma de gás liquefeito, denominado biometano liquefeito – Bio-GNL.
Biorrefinaria é uma instalação que transforma biomassa, como resíduos agrícolas e florestais, em produtos como biocombustíveis, insumos químicos, alimentos, rações e energia. Seu principal objetivo é otimizar o uso de recursos e reduzir o desperdício, aumentando os benefícios econômicos e ambientais.
Essas unidades convertem resíduos biológicos em produtos de alto valor, ao mesmo tempo em que diminuem o volume de resíduos e contribuem para a segurança energética. Além disso, elas fortalecem a economia circular ao valorizar esses resíduos de maneira sustentável.
A cadeia do biogás e do biometano compreende todas as etapas, desde a produção do biogás até sua utilização como combustível ou insumo em diversos processos. É um ciclo que envolve a transformação de matéria orgânica em energia limpa e renovável.
Etapas da Cadeia do Biogás e Biometano
- Produção do Biogás:
Matéria-prima: A primeira etapa consiste na coleta e preparação da matéria-prima, que pode ser de origem agrícola (esterco, resíduos de culturas), industrial (efluentes, resíduos orgânicos) ou urbana (resíduos sólidos orgânicos).
Digestão anaeróbica: A matéria-prima é colocada em biodigestores, onde microrganismos decompõem a matéria orgânica em biogás e digestato. O biogás é uma mistura gasosa composta principalmente por metano e dióxido de carbono.
- Tratamento do Biogás:
Purificação: O biogás bruto passa por um processo de purificação para remover impurezas como sulfeto de hidrogênio, que podem corroer equipamentos e reduzir a eficiência da combustão.
Upgrading: Para obter biometano, o biogás passa por um processo mais profundo de purificação, removendo o dióxido de carbono e outras impurezas, resultando em um gás com alta concentração de metano, semelhante ao gás natural.
- Utilização do Biogás e Biometano:
Geração de energia elétrica e térmica: O biogás e o biometano podem ser utilizados para gerar eletricidade e calor através de motores a gás ou turbinas.
Combustível veicular: O biometano pode ser utilizado como combustível para veículos, substituindo o gás natural veicular (GNV).
Injeção na rede de gás natural: O biometano pode ser injetado diretamente na rede de gás natural, contribuindo para a descarbonização do setor energético.
Produção de fertilizantes: O digestato, um subproduto da produção de biogás, pode ser utilizado como fertilizante, enriquecendo o solo com nutrientes.
É um certificado de rastreabilidade lastreado em volume de biometano produzido e comercializado pelo produtor de biocombustível, emitido por agente certificador de origem credenciado pela ANP, que atesta as características do processo produtivo e que deve incluir, pelo menos, a origem do insumo para produção do biometano e a localização da produção, além de outros itens dispostos em regulamento;
Cocção limpa é um termo que se refere à prática de cozinhar utilizando fontes de energia mais limpas e eficientes, com o objetivo de reduzir a emissão de poluentes e gases do efeito estufa. Em outras palavras, trata-se da busca por métodos de cocção que causem menor impacto ambiental, priorizando soluções que garantam não só eficiência energética, mas também a melhoria da saúde pública e a sustentabilidade social.
O termo engloba métodos de baixo ou zero impacto, como o uso de biogás, eletricidade, energia solar, gás de petróleo liquefeito (GLP), gás natural, etanol e fogões avançados de biomassa. Esses métodos contrastam com os tradicionais, que dependem de combustíveis sólidos, como biomassa, madeira, querosene e carvão. Além de reduzir as emissões e o impacto ambiental, a adoção da cozinha limpa pode promover grandes benefícios para a saúde pública e contribuir para a redução da poluição do ar.
A comercialização de gás natural e biometano refere-se à atividade de compra e venda de gás natural. A comercialização do gás natural na esfera de competência da União é regulada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A Constituição Federal estabelece que os Estados da Federação são responsáveis por explorar os serviços locais de gás canalizado. No que se refere ao comércio internacional de gás natural, compete à ANP a autorização de importação e exportação do gás natural, conforme diretrizes estabelecidas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CPNE).
Comercialização de energia elétrica é a atividade que envolve a compra e venda de energia elétrica entre agentes do setor elétrico, englobando geradores, distribuidores, consumidores livres e comercializadores. Regulada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), a comercialização pode ocorrer no Ambiente de Contratação Regulada (ACR), onde contratos são firmados por meio de leilões organizados para atender os consumidores cativos das distribuidoras, ou no Ambiente de Contratação Livre (ACL), onde consumidores livres e especiais podem negociar diretamente com geradores ou comercializadores.
Os corredores sustentáveis referem-se a rotas ou trechos rodoviários que são estrategicamente equipados com postos de combustíveis que fornecem fontes de energia mais limpas, como GNV (gás natural veicular) e biometano. Esses corredores são uma parte fundamental de estratégias para a descarbonização do setor de transportes pesados, contribuindo para metas ambientais de longo prazo e incentivando o uso de veículos movidos a biocombustíveis.
É a prestação dos serviços locais de fornecimento de gás natural ou biometano, realizada por meio de redes subterrâneas de tubulações, conforme o disposto no § 2º do art. 25 da Constituição Federal. Esse serviço é de competência dos estados, que podem delegar a execução por meio de concessões ou permissões, observando as diretrizes estabelecidas pela União. A atividade deve ser regulamentada e fiscalizada para garantir o fornecimento seguro, eficiente e acessível do gás aos consumidores, seja para uso residencial, comercial ou industrial.
É uma abordagem estratégica focada na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia. Em vez de seguir o modelo linear de “fim de vida” dos produtos, ela promove ciclos contínuos de reutilização, restauração e renovação. Esse processo integrado visa romper com a ideia de que o crescimento econômico está necessariamente ligado ao aumento do consumo de recursos, propondo uma nova relação entre desenvolvimento e sustentabilidade. A economia circular é considerada uma solução fundamental para desvincular o crescimento econômico do esgotamento dos recursos naturais.
A especificação do biogás se refere ao conjunto de características e propriedades que definem a qualidade e a composição desse gás. Em outras palavras, é como um “rótulo” que descreve tudo o que você precisa saber sobre uma determinada amostra de biogás.
A composição do biogás influencia a escolha da tecnologia a ser utilizada para sua utilização (geração de energia, cogeração, etc.). Além disso, a quantidade de metano presente no biogás, por exemplo, determina seu poder calorífico, ou seja, sua capacidade de gerar energia.
O Gás Natural Comprimido (GNC) é o gás natural, ou biometano, comprimido a altas pressões, reduzindo seu volume e permitindo seu armazenamento em cilindros. Sua principal vantagem é que é mais fácil de produzir e armazenar do que o GNL, além de ser uma opção mais acessível para veículos leves. O GNC é amplamente utilizado como combustível para veículos leves, como carros e ônibus, e também em algumas aplicações industriais, oferecendo uma alternativa mais limpa e eficiente aos combustíveis tradicionais.
O Gás Natural Veicular (GNV) é o gás natural comprimido (GNC) utilizado como combustível em veículos, como carros, ônibus e caminhões. Comprimido a altas pressões, o GNV é armazenado em cilindros no veículo, proporcionando uma alternativa mais limpa e econômica em comparação aos combustíveis líquidos tradicionais, como a gasolina e o diesel. Sua utilização contribui para a redução de emissões de poluentes e gases de efeito estufa, sendo uma opção sustentável para o transporte rodoviário.
Geração Distribuída (GD) é um conceito que se refere à produção de energia elétrica em unidades geradoras de pequeno porte, localizadas próximas aos pontos de consumo, como residências, comércios e indústrias. Ao contrário do modelo tradicional, que depende de grandes usinas centrais, a GD permite que os consumidores gerem sua própria energia ou acessem fontes de energia mais próximas, utilizando tanto fontes renováveis (como biogás, solar e eólica) quanto não renováveis. Essa abordagem proporciona maior eficiência, redução de perdas na transmissão e maior autonomia para os consumidores no fornecimento de energia.
O Gás Natural Liquefeito (GNL) é o gás natural, ou biometano, resfriado a uma baixíssima temperatura, o que faz com que ele se transforme em líquido. Essa mudança de estado reduz significativamente seu volume, facilitando seu transporte e armazenamento. O GNL possui maior densidade energética, ou seja, mais energia por volume, o que o torna ideal para longas distâncias de transporte e para aplicações em veículos pesados. Suas principais aplicações incluem o uso como combustível para navios, caminhões de longo curso e na geração de energia em usinas termoelétricas.
É o hidrogênio de baixa emissão de carbono, combustível ou insumo industrial coletado como hidrogênio natural ou obtido a partir de fontes renováveis, incluindo o hidrogênio produzido a partir de biomassa, etanol e outros biocombustíveis, bem como hidrogênio eletrolítico.
Já o hidrogênio verde é o produzido por eletrólise da água, utilizando fontes de energia renováveis, tais como as citadas acima, sem prejuízo de outras que venham a ser reconhecidas como renováveis.
O biogás é produzido a partir de materiais orgânicos por meio de um processo chamado digestão anaeróbia. Os insumos ou substratos para biogás referem-se a esses materiais que servem como matéria-prima para sua produção. Os principais tipos de insumos incluem:
Resíduos sucroenergéticos: derivados do processamento da cana-de-açúcar, como bagaço, vinhaça e torta de filtro, que são subprodutos amplamente utilizados na produção de biogás.
Resíduos de origem animal: São dejetos provenientes da criação de animais, como esterco de bovinos, suínos e aves, além de resíduos de abatedouros, indústrias de carne e laticínios.
Resíduos de saneamento: Compreendem lodo proveniente de estações de tratamento de esgoto, efluentes líquidos e resíduos sólidos urbanos (RSU), que incluem lixo doméstico e comercial. O biogás também pode ser obtido a partir da decomposição de resíduos em aterros sanitários, com a separação e tratamento adequado.
Resíduos agrícolas: Incluem restos de colheitas, palha, podas e outros resíduos agrícolas, como milho, cevada e similares, que frequentemente permanecem no campo e podem ser aproveitados para a produção de biogás.
Culturas energéticas: Refere-se a plantas cultivadas especificamente para a produção de energia, como o milho e o capim-elefante, e outras que são usadas para otimizar a geração de biogás.
O licenciamento ambiental é um processo administrativo no qual o poder público autoriza a instalação, operação e expansão de atividades que utilizam recursos naturais ou que possam causar impactos ambientais. Esse processo tem como objetivo assegurar que as empresas e empreendimentos atuem de maneira responsável, minimizando os efeitos negativos sobre o meio ambiente, como a poluição e a perda de biodiversidade.
Os tipos de licenças ambientais incluem a Licença Prévia (LP), que autoriza a instalação do empreendimento após análise do projeto executivo; a Licença de Instalação (LI), que permite a construção, montagem e instalação das obras e equipamentos; e a Licença de Operação (LO), que autoriza o funcionamento do empreendimento após a verificação do cumprimento das condições estabelecidas nas licenças anteriores.
Matriz elétrica é a composição das diferentes fontes de energia utilizadas para gerar eletricidade em um país ou região. Ela abrange fontes como hidrelétrica, térmica, eólica, solar, nuclear e biomassa, especificando quais são empregadas para produzir a eletricidade que abastece residências, indústrias, comércios e outros setores. A matriz elétrica é um recorte da matriz energética, que engloba todas as fontes de energia utilizadas, incluindo aquelas destinadas a outras formas de consumo, como combustíveis para veículos.
As fontes que compõem a matriz elétrica no Brasil incluem a energia hidrelétrica, gerada pela força da água; térmica, a partir de combustíveis fósseis; nuclear, baseada na fissão atômica; eólica e solar, que aproveitam recursos naturais renováveis; biogás e biomassa, que utiliza matéria orgânica para geração de eletricidade.
Matriz energética é o conjunto de fontes de energia utilizadas por um país ou região para atender às suas necessidades de consumo energético. Ela abrange tanto as fontes primárias, como petróleo, gás natural, carvão, biomassa, energia solar, eólica, hidrelétrica e nuclear, quanto a forma como essas fontes são distribuídas entre os setores da economia, como indústria, transporte, residencial e comercial. As fontes de energia da matriz energética são classificadas em renováveis, que se renovam naturalmente, como solar, eólica, hidráulica, biomassa e geotérmica, e não renováveis, como petróleo, gás natural e carvão mineral.
Mercados de carbono são sistemas de negociação nos quais créditos de carbono são vendidos e comprados. Empresas ou indivíduos podem usar mercados de carbono para compensar suas emissões de gases de efeito estufa comprando créditos de carbono de entidades que removem ou reduzem as emissões de gases de efeito estufa.
Um crédito de carbono negociável equivale a uma tonelada de dióxido de carbono ou a quantidade equivalente de um gás de efeito estufa diferente reduzido, sequestrado ou evitado. Quando um crédito é usado para reduzir, sequestrar ou evitar emissões, ele se torna uma compensação e não é mais negociável.
Existem, de forma geral, dois tipos de mercados de carbono: regulados e voluntários. Os mercados regulados são criados como resultado de política ou requisito regulatório nacional, regional e/ou internacional. Já os mercados voluntários de carbono – nacionais e internacionais – referem-se à emissão, compra e venda de créditos de carbono de forma voluntária.
O metanol verde é uma versão sustentável do metanol tradicional, produzido a partir de fontes renováveis e com um processo que emite menos gases do efeito estufa. O metanol tradicional, por sua vez, é geralmente produzido a partir de fontes fósseis, como gás natural, e é amplamente utilizado na indústria química como matéria-prima para a fabricação de plásticos, solventes e produtos farmacêuticos, além de ser usado como combustível.
O metanol verde gera menos emissões em sua produção, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Além disso, é versátil, podendo ser utilizado como combustível em diversos setores, como transporte marítimo, indústria química e geração de energia. Sua alta densidade energética facilita o armazenamento e o transporte, tornando-o uma alternativa viável para a descarbonização de setores difíceis de descarbonização.
O biogás possui um grande potencial energético, especialmente em regiões com alta produção de biomassa, como áreas rurais e industriais. O potencial de biogás total é de 216 milhões de metros cúbicos por dia e está distribuído em diferentes setores, incluindo:
- Sucroenergético: 110,2 milhões Nm³/dia
- Proteína Animal: 59,3 milhões Nm³/dia
- Produção Agrícola: 34,9 milhões Nm³/dia
- Saneamento: 11,5 milhões Nm³/dia
Esses setores representam fontes abundantes de biomassa que podem ser aproveitadas para a geração de biogás, contribuindo para a diversificação da matriz energética brasileira e o fortalecimento das práticas sustentáveis.
O biometano, por sua vez, possui um potencial energético ainda mais expressivo, pois pode ser utilizado em diversas aplicações, substituindo diretamente o gás natural. O potencial brasileiro de biometano é de 120 milhões de metros cúbicos por dia originado de diferentes setores, com destaque para:
- Sucroenergético: 57,6 milhões Nm³/dia
- Proteína Animal: 38,9 milhões Nm³/dia
- Produção Agrícola: 18,2 milhões Nm³/dia
- Saneamento: 6,1 milhões Nm³/dia
O RenovaBio é a Política Nacional de Biocombustíveis, instituída pela Lei nº 13.576/2017, com o objetivo de contribuir para o cumprimento dos compromissos assumidos pelo Brasil no âmbito do Acordo de Paris. A política visa promover a expansão dos biocombustíveis na matriz energética, garantindo a regularidade no abastecimento de combustíveis, além de assegurar previsibilidade ao mercado de combustíveis. Dessa forma, busca induzir ganhos de eficiência energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa na produção, comercialização e uso de biocombustíveis.
É um combustível alternativo ao combustível aeronáutico de origem fóssil, produzido a partir de quaisquer matérias-primas e processos que atendam a padrões de sustentabilidade, que possa ser utilizado puro ou misturado com o combustível de origem fóssil, conforme as especificações técnicas das normas aplicáveis, e que promova benefícios ambientais quando considerado o seu ciclo de vida completo.
O SAF pode ser produzido a partir de biogá, sendo uma solução inovadora que transforma resíduos orgânicos e agroindustriais em energia limpa, contribuindo para a descarbonização do setor aéreo. Utilizando processos avançados como a reforma catalítica e o Fischer-Tropsch, o SAF é eficiente e compatível com a infraestrutura atual de distribuição de querosene, facilitando sua adoção. No Brasil, projetos que integram biogás e hidrogênio renovável reforçam o potencial do país na transição energética, com um mercado potencial de 35,9 bilhões de litros anuais, cinco vezes a demanda nacional desse combustível atualmente.
Setores de difícil descarbonização são aqueles que enfrentam grandes desafios para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e adotar fontes de energia mais limpas. Esses setores são marcados por processos industriais complexos, alta dependência de combustíveis fósseis e dificuldades em eletrificar suas operações. Entre os principais setores estão o transporte, especialmente de veículos pesados e aviação, a indústria com processos energointensivos, e a agroindústria, que possui impacto significativo na cadeia de produção e uso de insumos agrícolas.
Transição energética refere-se à mudança do setor energético global de sistemas baseados em combustíveis fósseis — como petróleo, gás natural e carvão — para fontes de energia renováveis, como vento, solar e baterias de íon de lítio. A crescente integração de energias renováveis na matriz energética, a eletrificação e os avanços no armazenamento de energia são os principais impulsionadores dessa transição.
O transporte de gás canalizado, conforme a Constituição Federal, refere-se ao serviço que envolve o deslocamento do gás natural ou biometano de pontos de origem (como campos de produção ou plantas de processamento) até as redes de distribuição locais, por meio de gasodutos.
O art. 177 da Constituição assegura que a União detém a competência sobre a exploração e regulação dos recursos energéticos, incluindo o transporte de gás. A distribuição, por sua vez, é de competência dos estados, que podem delegar a execução desse serviço através de concessões ou permissões, conforme o § 2º do art. 25. O transporte de gás deve ser regulamentado para garantir segurança, eficiência e o acesso universal ao serviço, atendendo tanto aos consumidores finais residenciais, comerciais ou industriais.
O biogás é uma mistura gasosa gerada pela decomposição anaeróbia de matéria orgânica, como resíduos dos setores: agropecuário, saneamento e industrial. Sua composição principal inclui metano (CH₄), responsável por cerca de 50 a 70%, e dióxido de carbono (CO₂), além de pequenas quantidades de outros gases.
Entre os diversos usos do biogás, pode-se destacar:
Geração de eletricidade: O biogás pode ser utilizado para gerar eletricidade em geradores ou usinas, sendo uma alternativa sustentável a fontes fósseis.
Produção de calor: O biogás pode ser queimado diretamente para gerar calor, usado em processos industriais ou para aquecimento em geral.
Substituição de combustíveis fósseis: O biometano (biogás purificado) pode substituir combustíveis fósseis em veículos (substituindo diesel ou GNV) e na indústria, contribuindo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.
Produção de biofertilizantes: O resíduo do processo de digestão anaeróbia, o digestato (líquido), pode ser utilizado como fertilizante orgânico rico em nutrientes, promovendo a agricultura sustentável.
Hidrogênio Verde : Obtido por eletrólise da água usando energia renovável (solar, eólica), é uma alternativa limpa ao hidrogênio fóssil.
Metanol Verde : Produzido a partir de hidrogênio verde e CO₂ capturado, é usado como combustível e matéria-prima na indústria química.
Amônia Verde : Feita com hidrogênio verde e nitrogênio, serve para fertilizantes e combustível, sem emissões de carbono.
Biocarvão : Resultado da pirólise da biomassa e é usado para melhorar solos e sequestrar carbono
Aproveitamento do CO₂ biogênico: Durante a purificação do biogás para biometano, o CO₂ biogênico (de origem biológica) é capturado e pode ser utilizado em várias aplicações. O CO₂ é aproveitado na produção de bebidas carbonatadas, utilizado como fluido refrigerante em sistemas de refrigeração, pode ser injetado em estufas para promover o crescimento de plantas e também ser utilizado como insumo para a produção de outros combustíveis, como o metanol, através de processos químicos.