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Participação do biogás junto com o carvão mineral é retrocesso para a renovável

A ABiogás sinalizou como extremamente positiva a desvinculação do biogás da biomassa, pleito muito ansiado por todo o setor, que já vinha requerendo a mudança do Ministério de Minas e Energia há muito tempo.

Entretanto, a minuta da sistemática do leilão, disponibilizada na no dia 29 de abril pelo MME, apresenta produto para a participação do biogás junto com o carvão mineral.

A medida representa um retrocesso para o setor de energia no Brasil, que tem conquistado uma matriz elétrica mais renovável e limpa, com o aproveitamento da nossa diversidade de fontes.

A ABiogás defende a criação de um produto específico para o biogás, que reconheça as externalidades positivas desta fonte 100% renovável, despachável, armazenável, e com previsibilidade de custos.

O biogás é a próxima fronteira de energia renovável a ser expandida no país, com a cadeia produtiva consolidada, e que pode promover segurança energética com competitividade de custos.

Com um bom planejamento energético, é possível obter o máximo de oportunidades com todas as fontes de energia existentes no Brasil, e para isso a ABiogás defende a valorização de atributos sistêmicos e dos benefícios econômicos, ambientais e sociais que o biogás pode oferecer ao setor energético.

Mais sobre o biometano– O biometano é obtido pela purificação do biogás e que tem composição equivalente à do gás natural fóssil. O insumo dependia de regulamentação por parte da ANP para a sua comercialização, o que ocorreu em 2015 e em 2017, com as resoluções que tratam da especificação de qualidade do biometano como combustível. Desse modo, o investimento em novas plantas vem sendo intensificado e as projeções são bastante animadoras. Um levantamento recente feito pela ABiogás sinaliza a intenção de construção de 25 novas plantas até 2030, chegando ao volume de 2,3 milhões de m³/dia, conforme mostra o gráfico abaixo.

Projeção de produção de biometano até 2030

A expansão da produção de biometano depende, em parte, de políticas públicas e aprimoramentos regulatórios, como o Programa Metano Zero, além de remoção de barreiras tributárias e não tributárias, na medida em que as características dessas plantas e dos seus modelos de negócios se diferenciam de padrões estabelecidos para os combustíveis já consolidados. A outra parte que impulsiona tais investimentos vem pela demanda do mercado, em especial de empresas com metas de redução de emissões e com a visão de que é preciso fazer mudanças importantes nos processos para garantir uma produção sustentável.